A Revolta dos Malês, ocorrida em 1835 na Bahia, é uma das passagens mais instigantes da nossa história. \n\nA saga dos africanos muçulmanos letrados em árabe que se rebelaram contra a dominação de senhores brancos, analfabetos em sua grande maioria, ressalta a sofisticação intelectual desses escravizados.\n\nVestidos com abadás brancos e barretes na cabeça – vestimentas islâmicas usadas até então secretamente em seus cultos –, centenas de rebeldes tomaram as ruas de Salvador, colocaram em xeque o sistema escravocrata e deixaram um legado que pulsa até hoje na luta da população negra por dignidade e justiça no Brasil. \n\nO autor empreende aqui um trabalho inovador, que dribla o lugar institucional da disciplina histórica, tão convicta de si mesma na academia, mas frequentemente tão tediosa na mediação que faz entre o passado e o presente, às vezes empalhando os fatos como se fossem passarinhos. A Revolta dos Malês, ocorrida em 1835 na Bahia, é uma das passagens mais instigantes da nossa história. \n\nA saga dos africanos muçulmanos letrados em árabe que se rebelaram contra a dominação de senhores brancos, analfabetos em sua grande maioria, ressalta a sofisticação intelectual desses escravizados.\n\nVestidos com abadás brancos e barretes na cabeça – vestimentas islâmicas usadas até então secretamente em seus cultos –, centenas de rebeldes tomaram as ruas de Salvador, colocaram em xeque o sistema escravocrata e deixaram um legado que pulsa até hoje na luta da população negra por dignidade e justiça no Brasil. \n\nO autor empreende aqui um trabalho inovador, que dribla o lugar institucional da disciplina histórica, tão convicta de si mesma na academia, mas frequentemente tão tediosa na mediação que faz entre o passado e o presente, às vezes empalhando os fatos como se fossem passarinhos.