Entre o final dos anos 1920 e o pós-guerra, milhões de pessoas foram deportadas e morreram nos campos de trabalhos forçados soviéticos. Em Kolimá, região desolada no nordeste da Sibéria, onde um cuspe congela no ar antes de tocar a terra, localizavam-se alguns desses campos, e num deles o escritor russo Varlam Chalámov (1907-1982) cumpriu pena por quase duas décadas, cavando buracos, abrindo estradas e quebrando pedras. Ao final desse período, retorna a Moscou e já no ano seguinte começa a escrever sua obra-prima, os Contos de Kolimá. Após este primeiro volume se seguiram mais cinco, constituindo uma obra monumental, com mais de 2 mil páginas, trabalho que lhe tomaria outros vinte anos e no qual a escavação profunda da memória, o relato autobiográfico sem floreios, é acompanhado a cada passo por uma aguda reflexão filosófica sobre os limites do ser humano em face de experiência tão brutal. Nas palavras de Boris Schnaiderman, um dos documentos humanos mais fortes que o atribulado século XX nos legou.Entre o final dos anos 1920 e o pos-guerra, milhoes de pessoas foram deportadas e morreram nos campos de trabalhos forcados sovieticos. Em Kolima, regiao desolada no nordeste da Siberia, onde um cuspe congela no ar antes de tocar a terra , localizavam-se alguns desses campos, e num deles o escritor russo Varlam Chalamov (1907-1982) cumpriu pena por quase duas decadas, cavando buracos, abrindo estradas e quebrando pedras. Ao final desse periodo, retorna a Moscou e ja no ano seguinte comeca a escrever sua obra-prima, os Contos de Kolima. Apos este primeiro volume se seguiram mais cinco, constituindo uma obra monumental, com mais de 2 mil paginas, trabalho que lhe tomaria outros vinte anos e no qual a escavacao profunda da memoria, o relato autobiografico sem floreios, e acompanhado a cada passo por uma aguda reflexao filosofica sobre os limites do ser humano em face de experiencia tao brutal.