"Roseli D´Elboux apresenta um dos pontos nodais do circuito de apropriação dessa que é uma das referências visuais mais marcantes do Rio de Janeiro e do período imperial brasileiro, a palmeira-imperial. Lorena, cidade valeparaibana marcada pela riqueza do açúcar e do café, foi ornada por pelo menos três conjuntos de palmeiras-imperiais na década de 1880. Comandada pela família Castro Lima, a cidade acolheu o símbolo do império que era, também, a evidência do triunfo econômico de suas elites e da adesão cultural aos símbolos da Corte. No espaçamento uniforme e cadenciado, claramente geométrico, a natureza tropical submetia-se à ordem, à disciplina. Eis aqui a maior evidência de um Estado que, em pleno século XIX, julgava poder subordinar a natureza à civilização. O texto descortina inúmeras possibilidades de compreensão da história do Brasil e de suas elites que, também a partir do controle da exuberância tropical, iniciava sua afirmação simbólica."