O filósofo e cientista político John Passmore realiza, neste livro de 1970, um ambicioso balanço das diversas formas de se interpretar os conceitos de perfeição e perfectibilidade ao longo da História, desde os antigos gregos aos dias atuais, passando pelo cristianismo, o Renascimento, o Iluminismo, o anarquismo, as utopias, o comunismo e as teorias evolucionistas do homem e da sociedade. O autor recorre não somente a obras filosóficas e teológicas mas também a literárias, como os romances de George Orwell e Zamiatin. Nascido na Austrália em 1914, Passmore traça neste livro um panorama amplo e refinado no qual explora as variações do conceito de perfectibilidade do homem e as diferentes conseqüências da idéia de que indivíduo e sociedade podem ser aperfeiçoados, aí incluídas as conseqüências negativas - das quais o turbulento século XX é fértil em exemplos - muitas vezes catastróficas para as liberdades e responsabilidades individuais e para o destino político e econômico das nações. E mostra como a ação social e o progresso científico se tornaram caminhos para o aperfeiçoamento do homem. Obra profunda e incisiva, nem por isso deixa de ser acessível ao leitor comum, por conta de sua linguagem clara e distante do jargão acadêmico. Tradução de Jesualdo Correia.