Em 150 narrativas curtas, classificadas pelo autor como "contados, astuciados, sucedidos e acontecidos do povinho do Brasil", José Cândido de Carvalho, autor do romance O coronel e o lobisomem, cria uma obra em que, nas palavras do escritor e crítico Miguel Sanches Neto, "imprensa e ficção se misturam para o bem da literatura". Porque Lulu Bergantin não atravessou o Rubicon (Editora José Olympio), publicado originalmente em 1971, reúne historietas - pinçadas da coluna mantida pelo autor na revista O Cruzeiro - em que José Cândido reafirma seu talento para expor de forma única os diversos tipos e hábitos que se espalham pelo interior do Brasil. "Aqui", prossegue Sanches Neto, "o formato da crônica se impõe, mas dentro de uma estrutura de texto muito particular: a anedota. O homem que escreve é alguém atento à conversa de mesa de bar, porta de livraria ou balcão de farmácia, por isso algumas dessas narrativas são meteóricas, como um comentário avulso que se ouve de um amigo, mas funciona no conjunto, pois o que o autor apresenta é o retrato fragmentário de um Brasil profundo." Com Porque Lulu Bergantin não atravessou o Rubicon, de José Cândido de Carvalho, a José Olympio - que publica, entre outros, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Ariano Suassuna, Ferreira Gullar, Raul Bopp, Aníbal Machado, Campos de Carvalho, Cassiano Ricardo, Bernardo Élis, Luís Martins, Francisco de Assis Barbosa e Mário Palmério - segue em seu projeto de reeditar os maiores autores da literatura brasileira.