Esta obra presta uma contribuição valiosa ao debate em torno das origens e do desenvolvimento do cristianismo. Larry Hurtado defende que, para compreendermos a natureza do cristianismo no primeiro século, precisamos levar em consideração todas as práticas devocionais dos primeiros cristãos, uma vez que a adoração foi o contexto em que os títulos cristológicos e outras manifestações da fé receberam significado específico — fato que tem sido amplamente desprezado. Hurtado foca-se em duas características diferenciadoras da adoração da igreja primitiva: seu exclusivismo (rejeitando o culto de outras divindades) e seus contornos “binitários” (a adoração de Cristo ao lado de Deus). Situando o cristianismo primitivo no cenário religioso da Era Romana, Hurtado descreve as características do cristianismo que atraíram seguidores e os levaram a renunciar a outras religiões. O autor então volta a atenção para um debate mais detalhado sobre o lugar que Cristo ocupa na adoração monoteísta dos cristãos primitivos, mostrando que Cristo já figurava em sua vida devocional pública e privada em uma fase surpreendentemente inicial. O livro encerra com algumas reflexões para a adoração cristã dos nossos dias, levando em conta traços históricos das práticas devocionais do cristianismo primitivo.