Entre os vários desafios enfrentados por Bruno, o primeiro e mais evidente foi justamente o de se propor a escrever uma biografia política, gênero colocado em suspeição a partir da segunda metade do século XX, por remeter, aparentemente, a um tipo de história oficial que dos bancos das universidades buscava-se combater. Mas o que o autor se propõe, e realiza com maestria, distancia-se, e muito, dessa vertente oficial ou oficiosa de uma tradição biográfica antiga; sua perspectiva é a do diálogo permanente entre sujeito e processo histórico, de modo que ambos não só se complementam, mas dialeticamente se contrapõe. Ao se debruçar sobre as biografias encomiásticas, a construção da memória levada a cabo pelo próprio sujeito, as fontes de época e, como não poderia deixar de ser, a historiografia sobre o período, Bruno traz uma nova interpretação não só sobre o vulto do Império, mas sobre o Império em si. (do prefácio de Monica Duarte Dantas).