A obra examina detidamente a teoria constitucional, estudando a experiência constitucional de Weimar, bem como o profundo debate existente na doutrina norte-americana a propósito do papel dos movimentos sociais e da cidadania na interpretação da Constituição, que é apresentado ao público brasileiro. Juliana dedica páginas inspiradas à exposição de vários argumentos em favor de uma "interpretação constitucional difusa" - categoria que ela batizou com felicidade -, a qual, sem desprezar o papel importante das cortes, enfatiza a centralidade da sociedade civil e dos movimentos sociais no campo hermenêutico. E a obra ainda contém um estudo denso e interessantíssimo sobre a trajetória histórica das reivindicações do movimento LGBT no Brasil, que é usada como exemplo empírico para a sustentação da sua tese. O leitor tem em mãos uma obra preciosa, original, crítica e erudita, que trata, de modo pioneiro no país, de um tema relevantíssimo. Aproveite!