Desde Aristóteles há uma poética da tragédia; apenas desde Schelling, uma filosofia do trágico. Assim o renomado teórico Peter Szondi abre esse Ensaio sobre o Trágico, obra pioneira que traça a distinção entre as orientações iniciadas por esses dois filósofos. Dividido em duas partes, o livro começa por tratar o próprio conceito de trágico, comentando-o em textos filosóficos e estéticos escritos por 12 filósofos e poetas, como Schelling, Hölderlin, Hegel, Goethe, Schopenhauer, Kierkegaard e Nietzsche. A segunda parte analisa oito tragédias que representam as quatro grandes épocas da poesia trágica, entre elas: Édipo rei (Sófocles), A vida é sonho (Calderón de la Barca), Otelo (Shakespeare), Fedra (Racine), Demetrius (Schiller) e A morte de Danton (Büchner). O livro é escrito com a clareza lapidar e a elegância habituais de Szondi e o leitor brasileiro conta ainda com um esclarecedor prefácio de Pedro Süssekind. Uma obra que não deve faltar na biblioteca de todos os interessados em filosofia, teatro e literatura de um modo geral.