Depois de ler Mandalas do Asfalto, o leitor nunca mais será o mesmo ao caminhar na rua e se deparar com rastros de festas, de cotidiano, fragmentos de objetos e coisas que encontramos. Como um portal, a coisinha, por mínima que seja, abre uma história real ou imaginária. Exerce a sublime função da poesia de nos elevar, libertar-nos dos problemas, do caminho físico que às vezes parece longo demais. Os pés seguirão mais leves, porque a imaginação já levou o peso do corpo para um outro lugar. As fotos que compõem este livro não foram produzidas. Foram capturadas na rua ao acaso, e muitos dos poemas foram escritos a partir da imagem assimilada. Os bueiros geralmente não são olhados senão pelos trabalhadores de luz, água, esgoto. Os últimos, então, se olhados, desprezados. Considerados repugnantes. Mas nada é lixo! Em tempos de reciclagem, a sociedade sustentável expressa isso de várias formas. Muito pouco é descartável. Nada é feio. [...]