O livro trata de uma peculiariedade da sociedade contemporânea: a questão da diferença, que no âmbito educacional se traduz por diversidade, uma questão cara a diversos campos das Ciências Humanas e Sociais, que transitam na interseção entre a cultura, a história e a política, no sentido de compreender como essas trajetórias podem ofertar ao horizonte da grande narrativa histórica um genuíno questionamento do que viemos compreendendo por Humano nas últimas décadas. Nesse sentido, as histórias de vida operam provocação significativa, ao ir de encontro a várias representações do fazer humano e da história ao interessar-se por trajetórias menores, marginais, desumanizadas e esquecidas nos discursos oficiais, mas que encontraram nessa existência menor formas de conexão, produzindo redes de sociaciabilidades, existência e resistência que lhes permitisse afirmarem-se enquanto pertencentes à sociedade que os recusa. Nesta obra, os textos organizados em três eixos, tratam de abordagens teórico-metodológicas de escuta dos sujeitos por meio de modos de narrar, que abraçam o visível, o inusitado, as provocações e os encontros que tornam possível humanizar as relações. Esperamos que com essa contribuição à pesquisa (auto)biográfica outros espaços se abram às diferenças, à diversidade e aos outros modos de narrar a trajetória humana, inserindo outras vozes, gritos e gestos que apontem algumas possibilidades de interlocução entre os campos interessados pelo que tem a dizer os sujeitos da subalternidade em sua relação com o autobiográfico, as histórias de vida e a educação. Nesse sentido, esperamos que esse livro sirva de provocação aos que aqui chegarem por curiosidade, por interesse ou por ventura, a tomá-lo como um ponto de partida para investigar esses outros modos narrativos.