Hoje, com a publicação deste volume, dedicado à análise de textos mitológicos, políticos, publicitários, literários, de filmes, canções, histórias em quadrinhos, espetáculos de dança e até locução esportiva, temos a sensação de que a semiótica ressurge, madura e bem articulada, para ocupar o lugar que sempre lhe pertenceu de direito "no seio da vida social" (Saussure). O ponto em comum dos artigos deste livro é o respeito ao texto escolhido como objeto de análise, seja ele uma charge, um filme, um discurso político ou uma canção. Jamais essa escolha se converte em subterfúrgio para falar de outra coisa. É esse compromisso com o texto, justamente, que define a prática descritiva do semioticista. Parafraseando uma reflexão de Paulo Leminski sobre a especificidade da poesia, diríamos que quem analisa o texto como pretexto para falar de outra coisa, não se interessa pelo texto. Interessa-se por outra coisa."