Narrado com alucinante franqueza até então vista apenas uma única vez na Europa, em Memórias do subsolo, de Dostoiévski , Uma confissão póstuma (1894) é um dos pilares da literatura em língua holandesa. O frio narrador e protagonista, Willem Termeer, já na primeira página, anuncia que matou sua esposa e, para dar vazão à sua infeliz existência, resolve escrever suas confissões. Revisita a covardia na escola, a rejeição do pai e da mãe, os fracassos amorosos e sociais, a decepção com a esposa, e a obsessão em ser traído o que gerará comparações com Dom Casmurro Extremamente tenso, dilacerante, impiedoso, de transtornada profundidade analítica, Uma confissão póstuma cada vez mais ganha traduções entre elas ao inglês, feita por J. M. Coetzee, cuja introdução consta nesta edição e repercussão fora da Holanda, mantendo Marcellus Emants, ao lado de Dostoiévski, entre os grandes da Europa.