A palavra imaginário venceu a luta contra outros termos antes dominantes nas ciências sociais mais prospectivas e inquietas: ideologia, subjetividade, visão de mundo, etc. Em poucos anos, tornou-se um conceito incontornável e altamente disseminado. Entrou na linguagem cotidiana como uma moda. Por toda parte, na boca de um artista ou de um comentarista de futebol, o termo imaginário surge como uma chave poética ou uma expressão sonora e mágica. Mas o que significa imaginário? Faltava um livro que viesse explicar a origem, o desenvolvimento e as diferentes acepções de imaginário. Já não falta mais. Esta obra, Sociologia do Imaginário, é um achado para qualquer estudioso do assunto. Trata-se, ao mesmo tempo, de uma genealogia, de um inventário, de uma cartografia, de uma leitura cruzada de autores e de um manual erudito, preciso e elegante. O pesquisador encontrará explicações a respeito do imaginário segundo Karl Marx, Georg Simmel, Jacques Lacan, Cornelius Castoriadis, Gaston Bachelard, Gilbert Durand, Michel Maffesoli, etc. O imaginário é um universo, um mundo de imagens, de fábulas, de sonhos, de mitos, de (ir)realidades, de ficções, de lendas, de palavras e de materialidades escorregadias. Nele, o cotidiano é uma construção narrativa e uma narrativa construída. Legros, Monneyron, Renard e Tacussel descobrem esse mundo fantástico do cotidiano tirando o véu que o dissimula. A sociologia do imaginário não é um campo específico da sociologia definido por um objeto, como é o caso da sociologia urbana, do trabalho, da religião, da educação etc. Ela é um ponto de vista sobre o social: ela se interessa pela dimensão imaginária de todas as atividades humanas. É por isso que essa sociologia cerca transversalmente a sociedade: vida cotidiana, política, religião, ciência, literatura.