O livro analisa o funcionamento da política carioca na Primeira República e discute uma série de enunciados presentes nos meios político, jornalístico e acadêmico relativos aos representantes da cidade nos poderes Executivo (local) e Legislativo (federal), assim como o papel de determinadas instituições no jogo político municipal. Em particular, são revisitadas e discutidas as ideias sobre a origem heterogênea dos membros das elites políticas cariocas, a debilidade das instituições partidárias da cidade (tendo o Senado como órgão supervisor das instituições e/ou árbitro na política carioca), a falta de coesão da bancada carioca no Congresso, bem como a noção de que o prefeito era um mero administrador ou interventor do governo federal no campo político da cidade. Preenchendo uma lacuna historiográfica, este livro mostra que o fato de o Rio de Janeiro ter sediado a capital do país não significa, como se pretendeu até recentemente, apenas mais um capítulo da história brasileira, e sim que a história do Rio de Janeiro tem uma dinâmica específica.