Há uma dupla estrutura na linguagem filosófica que desemboca no lidar com qualquer texto que pensamos filosoficamente. A compreensão dessa dupla estrutura é indispensável, por exemplo, para uma crítica - registre-se, inédita e original feita por Lenio Streck - à equivocada distinção entre "casos simples" e "casos complexos", ao destacar que essa distinção é apenas objetivista, metodológica, de teoria do conhecimento. Mas não é só de filosofia que Verdade e Consenso trata, pois retoma de modo percuciente um conjunto de questões práticas (a análise da jurisdição constitucional e a crise do direito) que aparecem, em todo momento e inevitavelmente, quando são analisadas posições da filosofia no Direito - e não simplesmente do Direito, afastando, com isso, qualquer papel secundário que possa ser atribuído à filosofia, consoante o autor tem explicitado em obras anteriores.