A tese desenvolvida nesse livro é a de que as reformas desencadeadas para o ensino médio brasileiro retomam o velho e conhecido roteiro de fora para dentro. De um lado, essa trilha desqualifica o potencial autotransformador da escola, opta pela interferência na realidade rebelde, visando reconstruí-la a partir de um modelo que alia o otimismo tecnológico e o pragmatismo das exigências do mercado ao raciocínio de eixo empresarial-economicista das agências internacionais. De outro lado, a imagem dessas políticas, na ótica de seus formuladores, divulgadores, estudiosos, executores e destinatários assume múltiplas faces. É nesse contexto que o cotidiano escolar, mascarado por tantas superposições, preserva problemas, contradições, indefinições e preconceitos. O desencontro entre aspirações educacionais e escolhas políticas tem o poder de desviar o prometido salto para o futuro no ensino médio para um salto na escuridão