São muito belos, os rostos sombrios Sob a noite dos cabelos. Depois, a miséria e os anos Arrancam-lhes a luz dos olhos E da boca os dentes Deixando na máscara A caverna do sorriso. Só umas figurinhas lá em baixo, no porto, Parece que dançam, que levitam Acima do chão espelhante. Indiferentes à chuva e à ventania Os meninos Patinam incessantemente para lá E para cá Descrevendo infinitos oitos Na marginal de vidro.