Quando, em nossa sociedade contemporânea, discutimos assuntos relacionados a questões de ética, política ou direitos humanos, logo surgem dois conceitos-chave: pessoa e dignidade humana. Mas se perguntamos por seu conteúdo concreto, surgem profundas divergências. Nesta obra o Prof. Dr. Urbano Zilles, PUCRS, examina a origem histórica, a complexa trajetória por diversos campos, desde a linguagem teatral, a retórica, a jurídica, a teológica até a filosófica, em busca dos significados atribuídos a ambos os termos. Ao mesmo tempo, mostra sua importância para a convivência social no campo da ética, do direito, da política, da educação e da religião. Conclui, todavia, que não se trata de conceitos empíricos ou científicos, mas filosóficos ou espirituais. Dentro de um processo histórico de crescente racionalização e secularização, o ser humano, para muitos, deixou de ser um valor absoluto. Do ponto de vista biológico, é apenas um superanimal que, apesar de toda a civilização, é capaz das maiores barbáries. O autor afirma que a dignidade humana não deixa de existir, onde é pisoteada, porque não se trata de valor material, mas espiritual. Esse não se compra porque não é mercadoria. Cabe reconhecê-lo e cultivá-lo, pois garante ao homem uma superioridade em relação aos outros seres de nosso planeta. Mas dele também decorrem direitos e deveres.