A autora parte da análise de uma situação concreta para expor questões em torno da relação cidade e natureza no limiar do século XXI. Diante da inexorabilidade da urbanização dos territórios, procura limites e possibilidades em formas mais sustentáveis de produção e apropriação dos espaços e dos recursos ambientais em uma metrópole de urbanização fragmentada e excludente. Estuda a situação da Bacia do Guarapiranga na cidade de São Paulo, analisando principalmente o impacto nos processos de produção do espaço e a aplicação de uma legislação ambiental específica - a de proteção dos mananciais hídricos na metrópole paulista, elaborada em um contexto de políticas públicas amparadas em um pensamento de base racionalista, fundamentado na idéia do controle ambiental por meio de modelos ideais de ocupação do solo. A análise converge para temas atuais da relação entre cidade e meio ambiente, privilegiando as novas configurações espaciais marcadas pela desconcentração urbana, o desaparecimento do modelo clássico de cidade industrial e as novas formas de gestão ambiental baseadas em conceitos da desregulamentação, flexibilização das normas, compensação ambiental e a defesa de pactos ambientais entre os diversos segmentos sociais envolvidos. A discussão traz novos contornos sobre as possibilidades do controle e gestão ambiental no tipo de urbanização que emerge nas cidades globais.