Em O trabalho das imagens, o filósofo francês Jacques Rancière é entrevistado por Andrea Soto Calderón e, escapando às sistematizações redutoras, desdobra seu pensamento sobre as imagens. Trata-se de uma articulação entre imagem e emancipação, entre dissenso e reorganização do visível e do pensável. Nesse arranjo intenso e inventivo, as imagens não estão prontas, mas encontram-se em trabalho, testando modos de desencaixe às formas enunciativas dominantes e às representações redutoras. São as imagens que produzem intervalos a partir dos quais podemos fabular outros espaços, tempos e corporeidades, processos de emancipação e transformação política do sensível ninguém se posiciona diante delas, à espera de seus efeitos, mas sim entre elas. O livro inclui ainda um prefácio inédito de Jacques Rancière, feito para esta edição, uma introdução feita por Andrea Soto Calderón e um posfácio, escrito por André Brasil, que aproxima a narrativa de Rancière ao cinema indígena brasileiro contemporâneo