Deleuze (1987) afirmou que escritores são médicos. Acompanhamos o filósofo na produção desta obra. Para nós, escrever surge como uma tarefa de saúde, de forma que cada membro-escritor usufruiu de uma fragilidade criadora ante as forças de transformação intensas com as quais entramos em composição. Ainda com Deleuze, consideramos que escrever este livro foi traçar na própria língua uma espécie de língua estrangeira, para que os afetos pudessem produzir rupturas, recursos de expressão que se confrontassem com a língua estabelecida. Escrever aliançados com o informe, com o inacabado, com o que está por vir. Não almejamos rememorar o passado. Assim, um gesto de escrita foi se compondo no nosso GT e se efetuando de diferentes e diversificados modos. Escrita-devir que buscou [...] encontrar a zona de vizinhança, de indiscernibilidade ou de indiferenciação [...] (DELEUZE, 1987, p. 11) entre as formas dadas e um novo ethos em relação às forças empenhadas no presente situado. Escrita em indiscernibilidade e indiferenciação que tem a ver com uma dimensão criadora. Nessa viagem, experimentamos acompanhar as linhas de composição das práticas do GT (Subjetividade, Conhecimento e Práticas Sociais) em meio ao colapso atual da política no Brasil, buscando atualizar gestos que nossas práticas suscitam. A narrativa de algumas situações e rumores experimentados pelo grupo procura intensificar afetos que provocam deslocamentos, desvios e reposicionamentos do olhar.