Perante a atual crise económica e a intervenção do Fundo Monetário Internacional, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia (a Troika), impõe-se uma mudança de modelo no que à saúde diz respeito, uma obediência simples aos acordos que há um ano celebrámos com as instituições internacionais ou nem uma nem outra opção? A verdade é que as medidas apresentadas pela Troika e aceites pelo Estado português apresentam aspetos demasiado perigosos quanto à dimensão e ao peso que as suas consequências podem ter nas instituições de saúde. O seu objetivo fundamental é garantir a sustentabilidade económica e financeira do sistema de saúde, melhorar a execução da sua missão e aumentar a precisão na gestão das unidades de saúde. Mas, sempre que sejam ignorados os valores fundamentais do humanismo, os direitos individuais e o dever público de justiça, estaremos a arriscar a tendência iminente para destruir o Serviço Nacional de Saúde, perturbando-o diariamente. Porque se impõe uma reflexão séria sobre este assunto, o presente volume visa precisamente analisar algumas dessas medidas que nos foram impostas, a sua realização e os resultados que elas poderão produzir.