Ao descobrir os primeiros sinais de sua sexualidade, Rudá relacionou-a à existência do bicho-carpinteiro. Perguntou, então, para a mãe, para o pai, para o padre e para os colegas da escola e ninguém lhe explicava que bicho era aquele. Embora não fosse um bom aluno, gostava de ler. Não o que os professores mandavam, apenas aquilo por que tinha interesse. Refugiou-se na biblioteca pública na esperança de encontrar em algum livro de zoologia respostas para o que tanto o intrigava. Nada descobriu, porém muito aprendeu sobre a fauna e a flora do Brasil e de muitos outros países. Sobre o bicho-carpinteiro, começou a aprender na prática. Por essa época conheceu uma garota do seu bairro. Com dezesseis anos já podia sair sozinho, tinha até a chave de casa.Sobre o bicho-carpinteiro, o autor Roberto Athayde comenta: A identidade do bicho-carpinteiro pode ser descoberta num livro difícil de achar, mas também pode surgir em qualquer esquina da vida: no teatro, no cinema, ou até quando a pessoa se olha no espelho.