Investigação da gênese de uma certa imagem de Lasar Segall, estabelecida sobretudo na década de 40, a partir do estudo minucioso de duas fontes. De um lado, o histórico da recepção de sua obra pela crítica brasileira especializada; de outro, a recepção feita por Segall da tradição artística que o precedeu. Na imagem do artista estabelecida pela interação dessas duas dimensões procuram-se os significados da obra passada em revista, com especial atenção à valorização de aspectos biográficos nos textos da crítica e aos escritos do próprio artista. Celso Favaretto comenta o livro de Cláudia, observando que ela "age com cuidado, contextualizando a crítica e remontando à formação de Segall para justificar a constituição da imagem do artista como gênio". Reunião de relatos memorialísticos em que o pintor gaúcho retorna à sua infância e adolescência, relembra casos amorosos, passa pelo tumultuado episódio de assassinato no qual se envolveu, nos anos 80, fala de alguns de seus principais companheiros de geração, fazendo também uma aguda reflexão sobre seu próprio trabalho. Segundo Augusto Massi, que organizou e prefaciou os textos, 'mesmo quem desconhece a produção pictórica de Iberê Camargo encontrará na leitura de suas 'memórias' um narrador imaginativo que transcende os trilhos autobiográficos'. Sem ser dedicado ao estudo direto da obra, o livro ajuda a compreendê-la, refazendo uma ampla rede de correspondências e analogias.