Ações educacionais inclusivas precisam ser pensadas e desenvolvidas a partir de diferentes dimensões humanas e de diversos olhares. Ao incluírem a participação de diferentes áreas do conhecimento, capazes de dialogar sobre as realidades, permitem a consciência de que, como sistemas vivos e mutantes, estamos imersos em totalidades emergentes e também que nossos olhares e linguagens são sempre restritivos. Nosso convite é sinalizar para a importância do debate e das contribuições da atitude transdisciplinar, e nela do Terceiro Incluído, como relevantes no universo da educação e da educação inclusiva. A transdisciplinaridade é mais uma das vozes que, nutrida na complexidade, convida educadores a criarem ambientes e contextos de aprendizagens mais dinâmicos e flexíveis. Pautada no princípio da cooperação e da solidariedade ela viabiliza parcerias, generosidade e companheirismo. Ela se realiza como cenário de respeito às diferenças, reconhece a diversidade cultural, a existência de diferentes formas de aprendizagem, todas elas e cada uma delas como experiência formativa individual e coletiva. A transdisciplinaridade considera a complexidade do ser humano, a complexidade do universo relacional consigo mesmo, com os outros e com o entorno natural. No seio da transdisciplianaridade reside a dimensão da espiritualidade vivenciada pelo ser humano como uma dimensão que sinaliza para a transcendência da vida e do mundo. A espiritualidade não se refere, exclusivamente, ao cultivo de experiências interiores particulares, mas requer uma rede de relações e percepções que a presença do outro, também do outro divino, torna possível a si e ao outro como pessoas espirituais.