“Ei, mulher” é um livro sobre a trajetória do espetáculo de teatro performativo da Coletiva Agbara Obinrin com cantos, danças e vivências junto ao público, trazendo de modo poético e ritualístico, os tantos desafios e superações de mulheres negras atuais: a dor de ser preterida, a submissão conjugal, o enfrentamento ao machismo e a falta de recursos, o direito à delicadeza e à suavidade, a maternidade de crianças com deficiência e o autoconhecimento. Cada um desses temas emerge como um ato de encantamento do universo das águas, referenciado nos mitos sobre as deidades femininas iorubanas, as iyabás, as grandes mães. Com Adriana Rolin como Obá (deusa da guerra e do poder, o feminino ferido, a pororoca e a raiva como potência) Graciana Valladares como Ewá (deusa da virgindade e das matas virgens, a leveza e a doçura do ser) Lilian Amancai como Iansã (deusa dos ventos, raios e tempestades, a subversão do sistema opressor) Luana Vitor como Oxum (deusa das águas doces, do ventre da mulher e o autoconhecimento) Luiza Loroza como Yemanjá (deusa do mar e da maternidade e o rompimento da submissão) e Tatiana Henrique como Nanã (deusa das águas paradas e dos saberes e o acolhimento de pessoas com deficiências).