O Jack Kerouac mais conhecido é aquela figura dos romances autobiográficos do autor, meio bad boy, meio anjo torto. E, no entanto, somente os seus diários íntimos - até hoje inéditos em livro -, nos quais ele desvendou seus sentimentos mais recônditos, revelam o verdadeiro Kerouac - o seu eu mais real, mais honesto e filosófico. Em 'Diários de Jack Kerouac, 1947-1954', o historiador Douglas Brinkley reuniu uma seleção de anotações dos diários escritos durante o período mais crucial da intrépida vida do romancista, começando em 1947, quando ele tinha 25 anos, e seguindo até 1954. Um verdadeiro retrato do artista quando jovem, estes diários mostram uma alma sensível mapeando seus próprios progressos como escritor e digerindo os seus mais importantes precursores literários, como Dostoiévski, Tolstói, Joyce, Mark Twain, Céline, entre outros. Nestas páginas confessionais, o leitor vai encontrar relatada grande parte dos acontecimentos imortalizados em 'On the road', a eterna e iluminada devoção do escritor por um catolicismo místico, histórias das suas viagens pelos quatro cantos dos Estados Unidos, seu amor por uma América transcendental e anotações de idéias para inúmeros textos, além da sua crônica e tocante melancolia.