Para uns, os milagres significam a expressão de uma humanidade pré-científica, outros não acreditam mais em milagres e para outros, cada evento que sai do ordinário é visto como um milagre. Muitos não falam mais de milagres, mas adotam experiências esotéricas pela quais tentam prever o futuro ou entrar em comunicação o além. Em nossa cultura coexistem paradoxalmente uma suspeita dissimulada com relação aos fenômenos extraordinários e o despertar do interesse pelo paranormal, o esotérico e o irracional. Vivemos em um mundo desencantado pelos deuses de autrora, mas um mundo que o ser humano não cessa de encantar por meio de novas divindades: esoterismo, adivinhação, recurso ao irracional de todo tipo. O que fazer, então, com os milagres hoje? Como apreciar o seu conteúdo teológico? A qual discernimento somos chamados? Que implicações pastorais há com essa questão dos milagres? Escrita por especialistas renomados da exegese bíblia e da teologia moral, esta obra aborda as múltiplas questões levantadas pelos milagres: os pressupostos históricos e culturais; sua originalidade no Novo testamento, situando-os no contexto helênico e judeu do primeiro século de nossa era, a fim de melhor compreender a língua, os gêneros literários presentes nesses relatos; a dimensão terapêutica da ação cristã na fé cristã com suas repercussões sobre o corpo e o espírito, com as curas psicossomáticas e o discernimento dos milagres; por fim, reflexões sobre o sentido e a função do milagre. Respondendo às interpelações mais radicais de hoje, este livro possibilita descobrir a riqueza da significação dos milagres.