O campo de pesquisa em antropologia e educação se vê confrontado, na América Latina - tal como ocorre com outras discussões sobre povos indígenas - com a tensão analítica e política de conceber a escola como instituição colonizadora e assimilacionista ou como instituição possibilitadora de cidadania e transformação. No entanto, e sem negar a trajetória histórica dessa instituição um conjunto de trabalhos dá conta aqui das apropriações que os povos indígenas fazem da escola e dos sentidos diversificados que atribuem aos conhecimentos ali adquiridos. Estes estudos permitem compreender de que modo os povos indígenas levam a cabo processos educativos próprios, marcados por lógicas culturais que não necessariamente vão ao encontro da lógica sustentada pela escola estatal, instituição que se difundiu como modelo único desde o século Os trabalhos aqui reunidos retomam estas discussões, tendo como base as experiências de seus autores em pesquisa etnográfica e sua participação em diversos projetos junto a povos indígenas do Brasil, México e Argentina.