Platão tomou do Logos de Heráclito, cindiu o humano em duas instâncias objetiva e subjetiva inconciliáveis, e, assim, encaminhou a razão humana pela rota da fragmentação. A evolução civilizatória deu se por esse caminho, consolidada pela lógica aristotélica que aprisiona a razão humana em um plano de causalidade e pelo paradigma cartesiano que resume o mundo ao contido no espaço tridimensional. O resultado é esse modelo ocidental de civilização, manifestamente fragmentado, dicotômico, materialista, científico, pragmático e antropocêntrico, gerador de um homem que acredita ser a obra prima da natureza e o ápice do processo evolutivo. Retomando as lições de Heráclito, descobrimos, porém, ser perfeitamente possível seguir uma rota alternativa à da fragmentação do ser e, mediante a especificação do Logos, gerar uma visão multidimensional de universo, nitidamente mais complexa, consistente e reveladora. O seu resultado mais importante é potencializar um modelo complementar de civilização situado para além das dicotomias e da fragmentação.