Eis aqui as aventuras de Fausto, o youtuber. Se nelas adotei a forma do gênero literário que mais agrada no nosso tempo o humor, foi para servir de órgão popular a ideias sérias e que têm íntima relação com os mais importantes interesses da nossa coletividade. Essas ideias são-me familiares e têm constituído, há muitos anos, o único fim das minhas investigações e estudos. Tenho-me, ou quisera ter-me, mais na conta de ensaísta do que de romancista. Não sou eu o culpado se o escritor em mim é obrigado a por de parte a forma severa do ensaísta e a revestir a que a contemporaneidade prefere, com o fim de obter, ao mesmo tempo, instrução e desenfado. Preferiria, caso tivesse a suficiente ilustração, erigir monumentos ao pensamento abstrato, nos quais poderia orgulhosamente gravar o meu nome; tê-lo-ia preferido, repito, a ocultar, sob o véu da comicidade, a inteireza do meu pensamento.