Saudado em 1971 por Gilberto Freire como futuro mestre na especialidade de conto, Maximiano Campos publicou seu primeiro romance, Sem lei nem rei, em 1968. Quarenta anos depois – e dez anos após sua partida deste plano material - a Escrituras Editora apresenta a prestigiosa obra, em novo projeto gráfico. Sem lei nem rei enfoca as lutas pelo poder e pela terra no sertão agreste e Zona da Mata, denunciando como os coronéis e fazendeiros açoitavam os cangaceiros ou os entregavam às volantes policiais. Ideologicamente, está comprometido com a busca da justiça social e o sentimento de viver "sem lei nem rei", como se imaginava que viviam no século XVI os índios brasileiros. O cangaceiro seria o protagonista desse mito primordial, dessa extrema liberdade, diferentemente do homem urbano moderno, sempre sujeito a normas e leis, aos poderes constituídos. No Nordeste recriado com a própria força da terra, Maximiano Campos movimenta as suas gentes: o capitão cangaceiro Antônio Braúna e seu bando, o coronel Wanderley e o coronel Teixeira, inimigos empenhados em luta de morte, o ridículo promotor Agrício, todos os outros, presentes e vivos, neste romance surpreendente, com introdução de Antonio Campos, prefácio de Raimundo Carrero e texto das orelhas por Frederico Pernambucano de Mello.