Literatura desperta paixão – mas também pode (e deve) despertar a razão. Sem que uma seja inimiga da outra. E sem que essa mistura vire uma coisa inatingível, um Olimpo intelectual. Ou simplesmente desande. Que fique claro que uma das “outras coisas boas” do título deste livro é o convite que ele faz a cada leitor para pensar por si mesmo. Pensar com independência é o maior luxo de um humanista e, ao mesmo tempo, uma necessidade básica, gritante, em tempos de opiniões que nos chegam prontas e embaladas a vácuo. Sim, este livro foi criado para desacomodar um pouco. Se as redes sociais deixaram muito evidente que um número imenso de pessoas lida com opiniões contrárias como se fossem insultos pessoais, há que reconhecer que a educação precisa urgentemente estimular o debate de ideias. Recorrendo a provocações, inclusive, em vários momentos. Embora seja um livro sério, muito sério, a leitura fica bem mais interessante o leitor tiver senso de humor.