A definição da noite tem início com Tempo de morrer, Tempo para viver, em que Ana Gastão aborda os assuntos nascimento e morte. Em Terra sem mãe, marca presença constante a dor intensa de não se ter um referencial. Fala de uma terra desolada, um deserto cheio de solidão que se reflete em sua alma: Sombra sou / num jardim perdido. A morte é uma constante nessa parte da antologia, seguida da escuridão. Vemos em seus versos um choro que transborda incansavelmente com muito pesar, capaz de atingir nosso próprio choro.Em O silêncio de deus, esse deus não é aquele que muda a nossa sorte, o Deus vivo, mas um deus mudo e sem paz. O silêncio presente em seus versos nos leva à completa escuridão, ao desconhecido. A escuridão se intensifica em Nocturnos e com ela a solidão absoluta. O elemento noturno é impiedoso, tanto com a autora como com os outros, guarda com ele o peso do estar só, o silêncio em que se fecha o ser que sofre - Triste, a noite, no silêncio / de um rosto / - aquele que está só / em breve desaparecerá.