O lançamento de Ricardo III integra o projeto de publicar a obra de Shakespeare em novas e modernas traduções. Até o momento, já foram publicadas, incluindo este volume, dezesseis peças, com traduções de Beatriz Viégas-Faria e Millôr Fernandes. Ricardo III é uma das peças históricas de William Shakespeare e narra um pedaço da história da Inglaterra. Encenada pela primeira vez entre 1592 e 1593, com enorme sucesso, se passa no final da Guerra das Rosas (1455-1485), conflito sucessório pelo trono da Inglaterra ocorrido entre 1455 e 1485 que coloca em choque político os dois ramos da dinastia Planta­geneta: a Casa Real de York e a Casa Real de Lan­caster. A peça oferece uma visão rica dos bastidores políticos no que se refere à imoralidade e à ambição desmesurada para chegar ao poder. Ricardo, Duque de Gloucester - que de fato governou a Inglaterra de 1483 a 1485 -, não sente remorso algum ao eliminar seus adversários, tramando complôs, traindo familiares e casando-se por interesse com o único fim de chegar ao trono. Shakespeare retratou Ricardo III exagerando-lhe as características físicas de feiúra e sua maldade pessoal, criando um vilão fascinante aos olhos do leitor. Além disso, os diálogos elaborados pelo autor no fim do século XVI chegam ao século XXI, por meio desta tradução, em toda a sua força, carregados de maldades, ressentimentos e ódios à flor da pele, legítimos duelos verbais. Esta edição conta com uma árvore genealógica que, juntamente com as notas e o prefácio, auxilia na leitura. Encenada pela primeira vez entre 1592 e 1593, com enorme sucesso, Ricardo III se passa no final da Guerra das Rosas, conflito sucessorio pelo trono da Inglaterra ocorrido entre 1455 e 1485. No inicio do primeiro ato, Eduardo IV, yorkista, e rei, mas seu irmao Ricardo, Duque de Gloucester, planeja usurpar o trono, nem que para isso tenha de provocar intrigas, matar aliados, amigos e parentes e faltar com a propria palavra. Trata-se de uma peca de incrivel vitalidade, sobre a maldade que desafia a compreensao, a cobica pelo poder e os bastidores das disputas politicas, a estrela maxima e inegavelmente a figura de Ricardo, Duque de Gloucester - que de fato governou a Inglaterra de 1483 a 1485. Aqui ele e pintado pelo virtuosismo verbal de Shakespeare (1564-1616) como um ser imoral e inescrupuloso ao extremo, cuja megalomania beira a licenciosidade, que horroriza o leitor ao mesmo tempo em que o seduz - e que, em ultima analise, representa toda a hipocrisia do mundo da politica. No quesito de vilao shakespeariano mais bem-acabado e mais fascinante, Ricardo rivaliza com Iago, o vingativo personagem de Otelo.