Este é um livro que desacredita nas fronteiras entre conhecimentos. É escrito por personagens tão diversos quanto devem ser seus leitores filósofos e antropólogos se misturam a tipos que passam dias a acompanhar células ou imagens do corpo que desconhecemos como nossas. É um livro de ciências, mas também de humanidades. O tema é simples, embora inquietante: a imaginação sobre a pesquisa não é mais a mesma; há quem diga nas páginas seguintes que princípios éticos do passado precisariam ser revistos. A nova ordem de controle da vida, a biopolítica, exigiria também novas formas de codificar suas questões. Não estou tão segura de tamanha revisão da ética pelo novo governo da vida, mas sigo seus autores na importância de inclinarmos a torre que abriga os pensadores da ciência. [...] Nosso compromisso é agora sobreviver à tontura de quem admira uma paisagem sem horizonte firme em um piso torto que desorganiza estruturas. do Prefácio de Débora Diniz