André Vaz, pesquisador arguto e sensível em relação à vida cotidiana da sociedade do capital no século XXI, constata que a dissolução dos laços sociais da sociedade moderna está associada ao desaparecimento tendencial progressivo do antigo proletariado, no Brasil e no mundo. Este progressivo desaparecimento ocasiona o esvanecer das formas organizativas políticas e sindicais, e de luta em geral, do proletariado. Assim como o progressivo desaparecimento da cultura valorizadora do trabalho assalariado, do folclore, das tradições, das formas religiosas etc. que tipificavam a vida proletária. Em seu lugar eis que surge uma massa humana de pauperizados que constituem o quadro a ser elucidado pela criminologia crítica e que exigirá da política criminal do Estado moderno formas de atuação específicas. Afinal, ainda que uma boa parcela da massa do povo já não produza valor, somente esterilizando-o, o laço social permanece articulado pelo dinheiro. (...)