A conversão de Portugal em país de imigração, após décadas marcadas pela emigração, constitui um dos fenómenos mais relevantes da actualidade. Para além de massiva, a recente entrada de estrangeiros revelou novas geografias, expressas na dispersão dos imigrantes no território nacional e na diversificação dos países de origem. Os impactos são profundos e transcendem as suas dimensões mais visíveis, como o rejuvenescimento demográfico ou a multiculturalização do país. Através de uma análise detalhada dos mercados formais de trabalho, compreende-se bem neste estudo por que razão a economia portuguesa (aqui extensamente caracterizada) é tão utilizadora de mão-de-obra. Assim como se compreende por que razão as dinâmicas migratórias atravessam o próprio sistema científico e tecnológico.