Walter Trinca lançou-se, há muitos anos, numa viagem apaixonante que parece aproximá-lo, ao longo de seus textos, cada vez mais da experiência da imaterialidade. Uma experiência que se manifesta sob a influência da mobilidade psíquica e num estado de expansão da consciência. O contato com o ser profundo da pessoa é tão elevado que o espaço mental se vê liberado dos excessos de sensorialidade e da fragilidade que podem perturbar seus mundos interno e externo. Nada, ou quase nada, aprisiona a mente. Predomina a influência do ser interior sobre o self, duas noções caras ao autor e à elaboração de seu modelo de psicanálise compreensiva. Enquanto o ser interior representa o que define a pessoa, o que ela é intrinsecamente, o self é, por natureza, um campo de forças e de conflitos, uma instância composta de várias partes e constituintes. Para apreender a imaterialidade, é preciso depurar as condições mentais e estar aberto à abordagem e à recepção dos fatos.