Dificilmente alguém lerá este livro sem, vez por outra, encher os olhos de lágrimas. Trata-se do relato dolorido de um menor entregue à rua ou despejado em instituições como a Febem e ainda discriminado por, sendo biologicamente menina, assumir a identidade psicológica de menino. O livro tem algo de genial: a capacidade poética de Herzer. Praticamente sem cultura escolar, consegue produzir uma prosa de grande fluidez e emoção e especialmente uma pequena obra poética de um humanismo comovedor.