"Muitas pessoas acreditam que a existência humana é um extenso painel das vicissitudes em que se debate a criatura, sobretudo, nos dias atuais onde as incertezas estremecem até os mais corajosos e tenazes, e que a sua jornada existencial é uma paisagem dolorosa sem expectativas de um porvir melhor... Justificam essas teorias na medida em que defendem a fugacidade do trânsito carnal ao mesmo tempo em que destinam ausência de amanhã para o homem ou concedem a esse amanhã - depois do túmulo - uma ociosidade temerosa e absurda, concepção que não poderia conferir a ninguém, de fato, qualquer sinal de esperança. Essa maneira de interpretação tão destoante da realidade tem aniquilado em todas as épocas a possibilidade de o homem ser feliz, de superar os conflitos armazenados na alma em virtude da ignorância ancestral que ainda perdura acerca da sua verdadeira posição ante a imortalidade. No entanto, o amor vem se enraizando tão vigorosa quão paulatinamente no território da vida humana a ponto de já se poder vê-lo nas expressões singulares que mobiliza. A "charrua" do bem vem sulcando firmemente as entranhas do mundo, preparando o terreno íntimo dos Espíritos encarnados e desencarnados para o albergue perene da fraternidade e "nenhuma ovelha se perderá" nesse roteiro iluminado."