Finalmente reeditada depois de 20 anos, esta obra consagrada por trabalhadores do teatro e pesquisadores como estudo da articulação entre cultura e política, a partir das mediações entre luta social e produção teatral, retoma o debate sobre a trajetória do teatro épico no Brasil. Publicada pela primeira vez em 1996, A hora do teatro épico no Brasil tornou-se um marco para as pesquisas por ter lançado luz sobre a história da transição do teatro moderno brasileiro, do teatro dramático ao teatro épico. Iná Camargo analisa este momento decisivo da história do teatro moderno brasileiro, ao observar, num conjunto de peças, como os temas da esfera pública progressivamente passam de conteúdo dissonante na forma dramática, como ocorre em Eles não usam black-tie e Quatro quadras de terras, para uma relação dialética do processo social internalizado na forma estética, como é demonstrado em Revolução na América do Sul, A mais-valia vai acabar, seu Edgar e Os Azeredo mais os Benevides [...]