Do idealismo libertário ao completo desencanto: uma história sobre mecanismos de manipulação e algumas doses de ayahuasca. Fui vítima de pelo menos duas ameaças de morte. Fico em dúvida do número exato, porque as ameaças eram disfarçadas de lições e ensinamentos. Numa dessas vezes, me disseram que o trabalho que estávamos fazendo era muito parecido ao realizado na Grécia Antiga. Naquele tempo, quem participasse de algo assim e saísse, ou contasse a alguém sobre o que era feito e discutido ali, era morto. Morto pelos deuses, pelas entidades enviadas por um deus... Nesse caso, Dionísio. As pessoas acreditam em muitas ficções. Porque acreditam em umas e não em outras é algo que me intriga muito. Mas de uma coisa eu tenho certeza: é mais fácil embarcar numa história mirabolante se você estiver sob o efeito de uma bebida alucinógena. Eu era uma atriz promissora. Paula. Outra Paula, Paulinha. Meu livro é um relato ficcional de como me envolvi em um culto religioso.