Em sua advertência feita especialmente para a tradução brasileira, passados dez anos da escrita do presente livro, Emmanuel Tugny afirma que Ágata Noturna é o romance de um descrente. De fato, sua leitura nos conduz através da descrença, através do viver do descrente que se apega à palavra por ser o único que lhe resta diante de sua própria miséria. Por entre elucubrações que não levam a parte alguma, insurgem-se ações cotidianas que tentam, a todo custo, ganhar espaço e lutam contra a necessidade de fala de seus personagens, mesmo quando eles não têm nada a dizer. Ágata Noturna é o romance do verbo endeusado que reduz o ser à sua nulidade em nome do vocábulo. Ágata Noturna é o romance do crente de um Deus só: a letra articulada.