Depois de ser tomado como prisioneiro, um europeu é conduzido pelos guerreiros ao interior da aldeia, onde se encontra um grande caldeirão com água fervendo e muitos nativos ansiosos por degustar a iguaria capturada durante alguma confrontação bélica. A cena testemunharia a barbárie dos povos perdidos em terras distantes da civilização europeia. Trivializada pelos meios de comunicação, essa narrativa está inserida na ideologia colonial, ou seja, num conjunto de pressupostos, nem sempre verdadeiros, que reforçam a inferioridade dos povos africanos e ameríndios. Este erudito livro de Yobenj Aucardo Chicangana-Bayona retrocede no tempo para perceber que o mito do canibal se encontra nos primeiros registros sobre o Novo Mundo e que teve interessantes alterações ao longo dos séculos XVI e XVII