Acredita-se que o imaginário religioso pós-tridentino foi se cristalizando no cotidiano luso-brasileiro por meio das práticas religiosas, da imaginária barroca, como também pelas edificações e/ou reformas das matrizes e capelas de irmandades. Dessa forma, artistas e oficiais mecânicos puseram-se a serviço do sagrado, em uma espécie de "economia da salvação", contribuindo, assim, com a representação iconográfica desse imaginário religioso católico. Atendendo às prerrogativas do Estado e da Igreja, pintores, escultores e entalhadores uniram-se para traduzir em imagens esse sentimento religioso e devocional, hoje denominado Barroco. Este livro analisa, por um prisma ampliado, os artistas e oficiais mecânicos que ornamentaram igrejas e capelas nas Minas setecentistas, indo além das biografias artísticas e trajetórias de vida. A pesquisa demonstra como esses profissionais atenderam - cada um a seu modo, no respectivo campo de atuação e de acordo com sua capacidade técnica - às prerrogativas impostas pela Igreja e pela Coroa portuguesa. O foco de análise volta-se, também, para a "Razão de Estado" - português, católico, pós-tridentino e pré-iluminista.