O romance traz as supostas memórias e aventuras do conselheiro, o Chalaça, personagem que viveu os mais importantes fatos do nascente Império brasileiro. Torero recria brilhantemente — e com humor implacável — a vida deste que teria sido um dos mais importantes auxiliares de Pedro I, não só na política, como em sua vida cotidiana. Era atribuição do conselheiro, por exemplo, intermediar os encontros do Imperador com as filhas de Eva. “Atesto para todos os fins que tudo o que neste livro se verá é verdadeiro, e que todas as palavras aqui escritas andam de mãos dadas com a verdade — embora uma ou outra vírgula possam ter sido inventadas. Esta obra constitui-se do caderno de anotações de Francisco Gomes da Silva, conselheiro do Império, que, durante o saudoso tempo em que andei pelo mundo dos vivos, foi um de meus mais importantes auxiliares e certamente o mais próximo. Pode ser que o Chalaça falte com a verdade em alguns trechos, mas não o julguemos mal. Se há exageros e omissões em sua narrativa, é porque assim funciona a memória, prolongando vitórias e dissimulando derrotas. Talvez por conta disso ele seja acusado de imprecisão histórica, mas o leitor há de convir que a ciência da história fica ainda mais bela se enfeitada pela arte de mentir, e nisso o autor deste livro mostra-se inigualável.”, D. Pedro I (psicografado).