Este livro propõe uma reflexão sobre o estatuto e as funções da língua escrita no cinema, com base nas estéticas do cinema mudo e nas principais teóricas do cinema (semiolinguistica, narratologia e teoria da enunciação fílmica). Foi nessas correntes de pensamentos cinematográficos que a questão da (im)pertinência da presença do signo da escrita na representação fílmica foi diversamente definida. Por outro lado, tratei de abordar esta problemática pelo viés analítico, isto é, examinando os modos de inserção e de formação de figuras da escrita em determinados projetos fílmicos nos quais elas podem assumir valores narrativos, discursivos e plásticos. Detive-me mais no caso das palavras escritas filmadas com seus suportes (livros, jornais, cartas, cartazes, etc.), que são ostentadas como dados a serem vistos e lidos, ao mesmo tempo, pelo espectador.