Quando você começou a sentir ciúmes, a dizer que eu tinha dono, a me chamar de tua, a vigiar meus passos, a fazer perguntas demais, a regular o tamanho do meu vestido, confesso que gostei. [...] E mais: senti um alívio. Eu tenho muita vergonha de admitir isso, mas é verdade. Eu tinha medo de que esse tipo de relação nunca acontecesse comigo: um namoro em que me sentisse não só desejada, mas amada, cuidada e protegida. É horrível admitir, mas o jeito doente com que você me tratou fez com que eu me sentisse finalmente amada. O ciúme. O controle. Os rompantes. O zigue-zague atordoante de uma relação que nunca mais foi tranquila. Sempre aos solavancos. Sempre à mercê da explosão da tua desconfiança. E eu achei que era amor. Clara, a protagonista deste romance e alter ego da autora, é protegida por diversas camadas sociais: é branca, de classe média alta, com formação universitária, criada por uma família estruturada e amorosa, que apoia sua carreira artística. Do alto de seus [...]